Organizados e Unidos Somos Fortes

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Cariocas rebelados em 1904

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Líder não Convenceu

     O embate entre o líder e o vice do Brasileirão na última rodada foi considerado pela maioria dos analistas  como um jogão de bola. Podemos até concordar, pois foi um jogo de muitos gols, belas jogadas e tensão até o último minuto, todos esses são realmente elementos de uma grande partida de futebol.
     Mas, a principal faceta deste Atlético 3 x 2 Fluminense foi a forma das equipes jogarem, o vice-líder atuou como time grande, foi pra cima sem dó nem piedade, já o tricolor, parecia mais um time pequeno, acuado, apenas se defendendo e muito mal. A partida foi um festival de bolas na trave, defesas milagrosas do goleiro Diego Cavalieri, um verdadeiro massacre. Basta dizer que o Fluminense foi dar o seu primeiro chute a gol numa bola parada já no final da etapa inicial.
      O que chamou a atenção foi também a inoperância do técnico tricolor, assistiu impávido sua equipe levar um banho de bola e só foi mexer no time durante o segundo tempo. Com vinte minutos de jogo já estava claro que o meio de campo tricolor estava completamente batido, Deco e  Thiago Neves eram duas nulidades, ofensivas e defensivas, assistindo Bernard e Ronaldinho Gaúcho bailarem em campo.
       Ora, já vimos muitas vezes técnicos, pelo menos aqueles que tem alguma inteligência e coragem, fazerem substituições por motivos técnicos-táticos, ainda no decorrer da primeira etapa. Por mais que isso não seja muito comum aqui no futebol brasileiro, é verdade, mas a situação calamitosa do tricolor naquela partida assim o exigia. Mas seria pedir muito para um técnico do nível do senhor Abel, considerado pela mídia esportiva, pasmem, um dos melhores do Brasil.
       Ao final, os tricolores não tem do que se queixar, o resultado foi camarada, poderia ter sido um goleada  humilhante. A vantagem ainda é grande para o tradicional time carioca na corrida pelo título, no entanto, é bom ficar alerta. Se repetirem esse péssimo futebol, a coisa pode ficar complicada.
   
Antenor Bola Fora

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Avenida Brasil ou o Suburbano Esculachado


     Segundo a propaganda "oficial", a novela "Avenida Brasil" obteve grande audiência. Pior para nós, moradores dos subúrbios cariocas. Nesse folhetim de quinta categoria, fomos caracterizados, ou melhor, esculachados, como: Cornos, Promíscuos(as), Idiotas, Ignorantes, Vagabundos(as), Canalhas, Deslumbrados(as) e sei lá quantas "qualidades" mais.
      Pensando bem, não deveríamos nos surpreender com o retrato pintado pelo autor global, afinal, essa visão do subúrbio, região urbana onde habita a maioria do povo trabalhador, é muito própria da classe dominante. Para eles, nós somos isso mesmo, a escumalha, a baixaria, a ralé. Deve ser por isso, que através dessas novelas, eles tentam nos educar, passar a moral deles, ou melhor dizendo, a falta de moral deles.
     A "família" do Cornão, quer dizer Tufão, acompanhada dos que viviam a sua volta, representa na verdade a moral burguesa em tempos pós-modernos, onde o prazer individual e a ostentação estão acima de tudo. Eu quero, eu posso, eu tenho! Dane-se o resto. Um verdadeiro prato feito para os psicólogos e psicanalistas, tamanha foi a soma das demências explícitas ou enrustidas dos personagens.
     Se o objetivo da emissora e do autor foram reduzir a auto estima do suburbano carioca a menos do que zero, parece que conseguiram, pelo menos entre aqueles que de alguma forma se identificaram com o que estavam vendo . Mas será  que nós parecemos mesmo com aqueles farrapos humanos que desfilaram nos últimos meses diante de nossos olhos? Somos tão ridículos e estúpidos? Os subúrbios cariocas são o reduto privilegiado dessas figuras grotescas?
     Acreditamos que a nossa história e cultura desmentem de forma cabal essa caricatura medonha difundida pela mídia global. Com todas as mazelas do dia a dia, enfrentando a dura luta pela sobrevivência, trabalhando muito para  enriquecer uns poucos, o povo suburbano produziu e produz ainda coisas de valor que marcaram época na vida do Rio de Janeiro. Só para lembrar alguns, pois faltaria espaço num pequeno artigo para recordar os muitos talentos suburbanos, citamos: Lima Barreto (Escritor), Noronha Santos (Historiador), Nei Lopes (Escritor, pesquisador e compositor), Paulo da Portela (Compositor), João Nogueira (Compositor), Carlos Alberto Torres (jogador de futebol, o "capitão do Tri") e Zico ( Jogador de futebol, o "galinho de Quintino").
     Vamos ficando por aqui, não sem antes, deixar de afirmar que os subúrbios do Rio de Janeiro abrigam gente, que em sua esmagadora maioria, tem o caráter bem distinto dos apresentados na telinha da Globo. A escória que eles tentaram vender como nosso retrato, na verdade, reflete o umbigo deles, a ética deles, a receita da civilização decadente deles.

Ney Nunes  
   
   
   
       

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eleições 2012: Goebbels Fez Escola na Mídia Carioca

Goebbels orienta os jornalistas amestrados 
                                            
                                                   
    O regime nazista naufragou faz tempo, mas algumas de suas práticas ainda são aplicadas em nossos dias. Vejam a manchete de O Globo no dia seguinte da eleição: “Rio reelege Paes com votação histórica de 65% ”, ou do jornal O Dia, “Apoteose de Votos”, ambas foram preparadas com o intuito de enaltecer e turbinar o significado da vantagem eleitoral obtida pelo candidato preferencial desses jornais, transformando, por incrível que pareça, a minoria em maioria.
    O mago da propaganda hitleriana, Paul Joseph Goebbels, não faria melhor. A mentira deve ser difundida de forma intensiva, dia após dia, até que se torne uma “verdade” no inconsciente coletivo. O jornal O Globo, e seus congêneres de menor expressão não perderam tempo, como bons alunos  do mestre Goebbels trataram de difundir sua mentira com intensidade e rapidez.
     Para desmascarar tal afirmação basta fazer umas poucas contas: O Rio de Janeiro tinha no dia da eleição 4.719.607 eleitores em condições de votar, compareceram as urnas 3.754.393, desses, 507.323 votaram branco ou nulo. A votação do prefeito eleito somou 2.097.733, ou seja, 44,4% do total de eleitores aptos a votar em nossa cidade. Para chegar ao percentual de 65%, os nossos magos da propaganda mentirosa fazem o calculo levando em consideração somente os chamados votos “válidos”, um total de 3.247.070,  que representam o somatório da votação obtida por todos os candidatos a prefeito, excluindo votos brancos e nulos e ainda os eleitores que, mesmo aptos, não compareceram para votar.
     A verdade, escondida pela ditadura midiática, é que mesmo com sua campanha bilionária, tendo a seu favor as máquinas dos governos municipal, estadual e federal, aglutinando o apoio do poder econômico das grandes empresas com interesses negociais na cidade e amplamente favorecido pela cobertura amiga da mídia, sem falar da absurda desigualdade de tempo na propaganda eleitoral obrigatória, ainda assim, o atual Prefeito não logrou conquistar a maioria do eleitorado da cidade, porque, objetivamente, 2.621.874  eleitores cariocas, 55,6% do total, não referendaram sua candidatura nas urnas.

Ney Nunes

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Vai a pé ou vai de sauna?

   Com a chegada da primavera desejamos a beleza e o perfume das flores, mesmo sabendo que são cada vez mais raras em nossa cidade, sufocada por montanhas de concreto e quilômetros de asfalto. Mas, nem só de flores é feita a primavera, vamos começar a sofrer com as altas temperaturas, as máximas começam a se aproximar dos 40º graus. Mas num local em especial vai esquentar bem mais, sabe onde é? Dentro dos ônibus que circulam pelo Rio de Janeiro.

   A maioria deles é um caixote de aço, acumulador de calor, agravado pela alta temperatura do motor. Ar condicionado só em pouquíssimas linhas e com preço absurdo. A viagem a partir de outubro vai se tornando um suplício, além da super lotação e da demora nos engarrafamentos, os passageiros dos ônibus cariocas vão suar a camisa e esquentar a cabeça nos 50º graus de temperatura ambiente dessas verdadeiras saunas ambulantes. 


Uma sauna bem apertada.

   Durante a viagem vão disputar lugar com alguns moradores desses veículos, principalmente as baratas. É comum nessa época do ano elas circularem com desenvoltura entre os passageiros, levando alguns e algumas ao desespero. Muitas vezes quem tem a "sorte" de conseguir um lugarzinho sentado, acaba "acariciado" por uma dessas moradoras.

   Mas o cartel dos ônibus é poderoso, domina prefeituras e câmaras de vereadores, governos estaduais e assembléias legislativas, financia campanhas eleitorais e depois recebe os dividendos, através da manutenção de um modelo de transporte público caro, poluidor e de péssima qualidade.

   É bom ir se preparando, principalmente as meninas, afinal, chegar no trabalho toda suada e cheirando a barata, vai ser um verdadeiro mico!