Organizados e Unidos Somos Fortes

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Cariocas rebelados em 1904

domingo, 31 de janeiro de 2016

O carnaval das desilusões


     É carnaval!  Festejam a indústria do turismo e outras associadas a ela no Rio de Janeiro. Conhecido pelos antigos como os “festejos de momo”, neste ano está um pouco diferente. Pudera, como todas as quimeras lançadas pela classe dominante carioca se esfumaçaram no ar, o clima já não é o mesmo de outrora.
    Ao final de 2014 o estado tinha se transformado, através de um bem arquitetado arranjo político-publicitário, em uma nova Arábia Saudita. Petróleo e dólares jorrariam aos borbotões! Pelo menos era o que se depreendia dos programas eleitorais do candidato vencedor das eleições para governador e das matérias na mídia, em geral todas enaltecendo o tal sujeito.
  Eis que, passado pouco mais de um ano, a população se depara com hospitais e serviços de saúde fechando, transportes cada vez mais caros e caóticos, situação crítica da segurança, desemprego batendo recordes e o funcionalismo público estadual, concursados e terceirizados, sofrendo calote nos seus proventos. Muita desilusão, em tão pouco tempo!
    Sofrendo com tudo isso, muitos cariocas começam a se perguntar: é carnaval? E daí? O Rei Momo está nu com o “pezão” de fora. A poderosa articulação que elegeu esse poste para governador do Rio está se desfazendo, virando pó. A Rede Globo, carro chefe da mídia no apoio ao PMDB, no estado e na capital, não mediu esforços para garantir a eleição do seu candidato, agora tira o corpo fora, faz até algumas críticas, mas sempre superficiais, é claro.
     Assim também acontece com o “sonho olímpico”, que vai se revelando sonho para as grandes empreiteiras, faturando muito com obras de prioridade mais que duvidosas, enquanto que para a população moradora da capital do estado em que todos os serviços essenciais vão de mal a pior, o sonho já virou pesadelo faz tempo.
     Quando os truques da classe dominante começam a falhar, quem sabe o bloco dos desiludidos e cansados de circo não apronta um carnaval diferente, em vez de cair na folia para esquecer as agruras do dia a dia, pode esquentar a bateria para arrancar o couro dos seus algozes. Nunca é tarde!

Gumercindo Esperança