É carnaval! Festejam a indústria do turismo e outras associadas a ela no Rio de Janeiro. Conhecido pelos antigos como os “festejos
de momo”, neste ano está um pouco diferente. Pudera, como todas as quimeras
lançadas pela classe dominante carioca se esfumaçaram no ar, o clima já não é o
mesmo de outrora.
Ao final de 2014 o estado tinha se
transformado, através de um bem arquitetado arranjo político-publicitário, em uma
nova Arábia Saudita. Petróleo e dólares jorrariam aos borbotões! Pelo menos era
o que se depreendia dos programas eleitorais do candidato vencedor das eleições
para governador e das matérias na mídia, em geral todas enaltecendo o tal sujeito.
Eis que, passado pouco mais de um ano, a população se depara com
hospitais e serviços de saúde fechando, transportes cada vez mais caros e
caóticos, situação crítica da segurança, desemprego batendo recordes e o
funcionalismo público estadual, concursados e terceirizados, sofrendo calote
nos seus proventos. Muita desilusão, em tão pouco tempo!
Sofrendo com tudo isso, muitos cariocas
começam a se perguntar: é carnaval? E daí? O Rei Momo está nu com o “pezão” de
fora. A poderosa articulação que elegeu esse poste para governador do Rio está
se desfazendo, virando pó. A Rede Globo, carro chefe da mídia no apoio ao PMDB,
no estado e na capital, não mediu esforços para garantir a eleição do seu
candidato, agora tira o corpo fora, faz até algumas críticas, mas sempre
superficiais, é claro.
Assim também acontece com o “sonho
olímpico”, que vai se revelando sonho para as grandes empreiteiras, faturando
muito com obras de prioridade mais que duvidosas, enquanto que para a população
moradora da capital do estado em que todos os serviços essenciais vão de mal a pior,
o sonho já virou pesadelo faz tempo.
Quando os truques da classe dominante
começam a falhar, quem sabe o bloco dos desiludidos e cansados de circo não
apronta um carnaval diferente, em vez de cair na folia para esquecer as agruras
do dia a dia, pode esquentar a bateria para arrancar o couro dos seus algozes.
Nunca é tarde!
Gumercindo Esperança